Semana do Consagrado 2024 - Lectio Divina – Terceiro Dia (28.01.2024)

IV Domingo do Tempo Comum

Leitura (Dt 18,15-20 e Mc 1,21-28)

Meditação

Quando Deus promete algo, ficamos em atitude de expectativa. Assim acontece com a promessa que faz ao Povo de Israel, através de Moisés: «O Senhor teu Deus fará surgir no meio de ti, de entre os teus irmãos, um profeta como eu» (Dt 18,15). A cada profeta que sucessivamente vai surgindo, o Povo vai-se interrogando se será o Profeta prometido. Esta atitude transforma os crentes em pessoas contemplativas da história: a cada dia somos chamados a perscrutar a vida quotidiana, para perceber os dons que Deus vai fazendo surgir para nós.

Diante destes sinais, Deus pede-nos uma atitude de acolhimento: «não fecheis os vossos corações» (Sl 95,8). Só um coração humilde é verdadeiramente capaz de acolher: é o coração que tem consciência dos seus limites, de não poder abarcar toda a realidade, de que há um mundo para além do seu domínio. É algo que está bem expresso nas perguntas do povo que assiste ao exorcismo de Jesus no Evangelho: «Que vem a ser isto?» (Mc 1,27). A força de Jesus Cristo sobre os demónios, de modo que os que antes possuíam as pessoas são agora dominados por esta pessoa, suscita a surpresa da multidão.

Ao reconhecermos Jesus como o profeta que havia de vir, prometido no discurso de Moisés, a profecia não deixa de surtir efeito. Ouvindo esta palavra de novo na Igreja, continuamos a esperar que o Senhor suscite profetas. Tendo em conta a dimensão profética da vida consagrada, reconhecemos que somos chamados a estar atentos e a discernir a Palavra de Deus para cada dia, para que sejamos sempre fiéis transmissores da sua mensagem, porque sobre o profeta o Senhor promete: «Porei as minhas palavras na sua boca e ele lhes dirá tudo o que Eu lhe ordenar» (Dt 18,19). Que dizemos hoje à humanidade? Somos capazes de a surpreender?

Oração

Rezamos com o refrão de Taizé: Tu palabra, Señor, no muere

(https://youtu.be/JThMw7FMqiM?si=MUkYM46tvUMgvp6f)

Tradução:

A tua palavra, Senhor, não morre: nunca morre porque é a própria vida.

E a vida, Senhor, não só vive: a vida vivifica!

Contemplação e ação

Ao longo do meu dia, procuro viver consciente da minha missão de transmitir a Palavra de Deus, de dar a vida ao mundo através desta Palavra.