O Rosário com Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face


Caríssimos irmãos e irmãs, reunidos aqui, na Capelinha das Aparições, como membros da Família Carmelita, Irmãos e Irmãs de Nossa Senhora do Carmo, vamos venerar, juntamente com todos os que aqui se acham, a Nossa Mãe do Céu, que aqui quis aparecer, no termo da sua última aparição de Outubro, como Nossa Senhora do Carmo, trazendo nas mãos o Escapulário com o qual estamos revestidos.

Junto dela e na companhia de S. Teresinha do Menino Jesus, queremos meditar os mistérios gozosos, os mistérios da infância de Jesus, que S. Teresinha tanto venerou e ostentou no seu nome: Teresa do Menino Jesus. Ela aponta-nos o caminho da infância espiritual, confidenciando-nos: “Sou uma alma pequena muito pequena, que só sabe oferecer a Deus coisas pequenas”. O mesmo fizeram Maria e Jesus, que no pouco que fizeram durante os primeiros tempos da vida de Jesus sobre esta terra, souberam por tudo o que era necessário: toda a sua fé e confiança, e acima de tudo: muito amor.

Mistérios gozosos

Primeiro Mistério:

A anunciação do anjo a Nossa Senhora

Do Evangelho segundo S. Lucas: «Maria disse então: “Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a vossa palavra!» (Lc 1,38)

Testemunha S. Teresinha: “Para mim, a oração é um impulso do coração, é um simples olhar que se lança ao céu; é um grito de gratidão e de amor, tanto no meio da provação, como no meio da alegria; enfim, é algo de grande, de sobrenatural, que me dilata a alma e me une a Jesus” (Ms C, 25rv)

Segundo Mistério:

A Visita de Nossa Senhora a sua prima Isabel

Do Evangelho segundo S. Lucas: «Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino estremeceu-lhe no ventre, Isabel ficou repleta do Espírito Santo e com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! De onde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Pois logo a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou que o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!” (Lc 1,41-45).

Testemunha S. Teresinha: “Compreendo e sei, por experiência que ‘o reino de Deus está dentro de nós’. Jesus não precisa de livros, nem de doutores para instruir as almas. (...) Nunca o ouvi falar, mas sinto que está dentro de mim a cada instante. É quem orienta, inspirando-me o que devo dizer ou fazer. Exatamente quando preciso, descubro luzes que não tinha vista. O mais das vezes, não é durante as minhas orações que ocorrem mais abundantemente, mas de preferência em minhas ocupações quotidianas” (Ms A, 84v)

Terceiro Mistério:

Nascimento do Menino Jesus no presépio em Belém

Do Evangelho segundo S. Lucas: «Os pastores foram apressadamente e encontraram Maria, José e o recém-nascido deitado na manjedoura. Vendo-o, contaram o que lhes fora dito a respeito do Menino; e todos os que os ouviam ficavam maravilhados com as palavras dos pastores. Maria, porém, guardava cuidadosamente todas estas palavras e meditava-as no seu coração» (Lc 16-19)

Diz S. Teresinha: “A Santíssima Virgem deu-me a perceber que foi ela realmente quem sorria para mim e me curara. Compreendi que velava por mim, e que eu era sua filha, e por isso já não lhe podia dar outro nome a não ser o de ‘Mamã’, que me parecia mais afetuoso do que o de Mãe. Com que fervor lhe supliquei que me tomasse para sempre em sua guarda. Crescendo, compreendi que só no Carmelo me seria possível encontrar realmente o manto da Santíssima Virgem e que para essa ubertosa Montanha tendiam todos os meus desejos” (MA 57)

Quarto Mistério:

Apresentação do Menino Jesus no templo e a purificação de Nossa Senhora

Do Evangelho segundo S. Lucas: «Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo, e quando os pais trouxeram o Menino Jesus para cumprir as prescrições da Lei a seu respeito, ele tomou-o nos braços e bendisse a Deus» (Lc 2,27-28).

Conta S. Teresinha: “O meu retiro de profissão foi como todos os que se lhe seguiram, um retiro de grande aridez. Contudo, sem que eu o percebesse, o bom Deus indicava-me claramente o meio de lhe agradar e de praticar as mais sublimes virtudes. Dei-me muitas vezes conta que Jesus não me quer fornecer provisões. Alimenta-me, a cada instante, com um alimento sempre novo. Encontro-o em mim, sem saber como foi ali parar. Creio, com toda a simplicidade, que é Jesus, oculto no fundo de meu coraçãozinho, que me concede a própria graça de atuar em mim, levando-me a pensar em tudo o que quer que eu faça no momento presente”. (Ms A, 76)

Quinto Mistério:

Perda e encontro do Menino entre os doutores da Lei

Do Evangelho segundo S. Lucas: «Jesus, porém, respondeu a Maria e José: “Porque me procuráveis? Não sabíeis que Eu devo estar no que é de meu Pai?”. Desceu então com eles para Nazaré e era-lhes submisso. Sua mãe, porém, conservava todas estas palavras em seu coração. E Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens» (Lc 2,49.51-52)

Escreve S. Teresinha: “Não obstante minha pequenez, posso aspirar à santidade, Ficar maior, não me é impossível. Devo, pois, suportar-me tal qual sou, com todas as minhas imperfeições. Mas procurarei um meio de ir para o céu por um caminhito muito direito, muito curto, um caminhito completamente novo. Sou pequenina demais para subir a dura escada da perfeição... O elevador que me conduzirá até o céu são os vossos braços, ó Jesus! Por isso, não preciso ficar grande. Devo, pelo contrário, conservar-me pequenina, ficar cada vez mais diminuta”. (Ms C, 2v-3)