Acreditamos que em Cristo e no seu Evangelho cada um encontra o significado da sua vida, a libertação de todas as formas de escravidão e a fraternidade e a paz, que são desejos do nosso coração. Portanto, a pregação de Jesus Cristo e do seu Evangelho a todos os povos é um empenho urgente e necessário de uma importância sem comparação na história e no mundo. Com São Paulo, também nós devemos dizer: “Ai de mim, se não pregar o Evangelho!” (1 Cor. 9, 16), porque é “o amor de Cristo que nos urge” (2 Cor. 5, 14) a partilhar com todos os povos do mundo o que é mais precioso para nós, Jesus Cristo e o seu Evangelho.
É absolutamente necessário entender que este dever cai sobre todos os que se declaram discípulos de Cristo. O mandamento de Jesus “Ide, pois, e fazei meus discípulos de todas as nações” (Mt. 28, 19) foi dirigido a todos. Fazer de Cristo o coração de todas as culturas é a missão da Igreja e de todos os membros da Igreja, onde quer que se encontrem, seja em países chamados desenvolvidos, seja nos que estão em vias de desenvolvimento, crentes e não crentes. Devemos recuperar o sentido da evangelização como era no tempo dos apóstolos, quando as igrejas jovens, acabas de estabelecer, contraíram imediatamente o compromisso de levar para a frente a evangelização noutros lugares (cfr. Ad Gentes, N.º 6).
De qualquer modo, para evangelizar é preciso ter uma experiência de fé profunda no amor de Deus, isto é, primeiro devemos ser evangelizados. Todos os nossos compromissos devem nascer deste amor, porque sem este amor todos os nossos esforços serão inúteis. Porque é o Espírito quem acende este amor nos nossos corações e inspira e guia os nossos pensamentos e acções, quando pregamos Cristo e o seu Evangelho.
Cristo fez-se homem e “veio habitar no meio de nós” (Jo. 1, 14). Isto significa que para evangelizar devemos estar no sítio onde as pessoas estão, respondendo às suas necessidades, sensíveis à presença de Deus nas culturas e nas tradições religiosas, dando testemunho dos valores do Reino de Deus através da presença, da solidariedade, da partilha, da palavra, do diálogo, particularmente com os pobres.
Como Carmelitas recebemos do Espírito os dons especiais do nosso carisma e da nossa espiritualidade. Temos o dever de evangelizar como Carmelitas, partilhando estes dons do Espírito com toda a Igreja e também com todo o mundo. Façámo-lo:
a) difundindo a nossa presença física em todo o mundo, através do nosso empenhamento missionário;
b) formando e animando boas vocações que nos permitam crescer e difundir o nosso carisma e a nossa espiritualidade em todo o mundo;
c) dando testemunho do nosso carisma e da nossa espiritualidade com a nossa vida;
d) sendo profetas de justiça e paz, a exemplo de Elias; imitando Maria, a evangelizadora por excelência.