Lembra-te
Para estar com Deus não é necessário passar todo o dia na Igreja; podemos tornar o nosso coração num oratório para o qual nos retiramos de vez em quando para conversar com Ele tranquilamente, humildemente, amorosamente. Todos somos capazes de ter estes momentos de intimidade com Deus, uns mais e outros menos: Ele sabe bem o que pode cada um. Acostume-se pouco a pouco a adorá-lo desse modo, a pedir-lhe a sua graça, a oferecer-lhe de vez em quando o coração ao longo do dia, no meio dos seus trabalhos, em todos os momentos se puder. Basta com uma simples elevação do coração. Uma simples recordação de Deus, um acto de adoração interior… Deus não nos pede grandes coisas: uma simples recordação de vez em quando, um acto de adoração, pedir-lhe alguma vez a sua graça, oferecer umas vezes os nossos sofrimentos, outras dar-Lhe graças. Pouco a pouco acostume-se a este insignificante mas santo exercício. Parece uma coisa sem transcendência e nada há mais fácil do que reiterar uma e outra vez ao longo do dia estes actos de adoração interior. Para amar, há que conhecer. Para conhecer a Deus há que pensar n’Ele com frequência. E quando chegarmos a amá-Lo, pensaremos n’Ele mais frequentemente, porque o nosso coração está onde está o nosso tesouro (Mt 6, 21). Pensemos n’Ele com frequência, pensemos muito n’Ele. Não precisamos de gritar alto: está mais perto de nós do que pensamos. Estas orações por breves que sejam são muito agradáveis a Deus. Como estar com Ele senão pensando n’Ele frequentemente? E como pensar n’Ele com frequência senão graças a um são costume que é necessário criar?
Lourenço da Ressurreição