Acolhimento. Sinal da cruz. Oração inicial. Invocação do Espírito Santo:
A. Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis
T. E acendei neles o fogo do vosso amor.
A. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado
T. E renovareis a face da terra.
A. Oremos. Senhor, nosso Deus, que iluminastes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, tornai-nos dóceis às suas inspirações, para apreciarmos retamente todas as coisas e gozarmos sempre da sua consolação. Por Cristo, nosso Senhor. T. Amen.
1) LEITURA (Que diz o texto? Que verdade eterna, que convite/promessa de Deus traz?)
Leitura do Evangelho segundo S. Lucas (2,22-40)
2,22Ao cumprirem-se os dias da purificação deles segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor, 23tal como está escrito na Lei do Senhor: “Todo o primogénito do sexo masculino será consagrado ao Senhor”, 24e para oferecerem em sacrifício “um par de rolas ou duas pombinhas”, como se diz na Lei do Senhor. 25Ora havia em Jerusalém um homem, cujo nome era Simeão; homem justo e piedoso que esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava sobre ele. 26Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que não veria a morte antes de ver o Cristo do Senhor. 27E veio ao Templo, movido pelo Espírito. Quando os pais trouxeram o Menino Jesus para fazerem segundo o costume da Lei a respeito dele, 28ele recebeu-o nos braços, bendisse a Deus e disse: 29«Agora, Senhor, segundo a tua palavra, podes deixar partir o teu servo em paz, 30porque os meus olhos viram a tua salvação, 31que preparaste diante de todos os povos: 32luz para se revelar às nações e glória do teu povo, Israel». 33O pai e a mãe dele estavam admirados com as coisas que estavam a ser ditas sobre Ele. 34Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: «Eis que este é posto para a queda e a ressurreição de muitos em Israel e para ser um sinal de contradição; 35e a ti, uma espada traspassará a tua alma, para que se revelem os pensamentos de muitos corações». 36Havia também uma profetiza, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Asser. Era de idade muito avançada, tendo vivido com o marido sete anos desde a sua virgindade 37e viúva até aos oitenta e quatro anos. Não se afastava do Templo, prestando culto a Deus, noite e dia, com jejuns e orações. 38Tendo ela chegado naquela hora, dava graças a Deus e falava sobre Ele a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém. 39Depois de terem cumprido tudo segundo a Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. 40Entretanto, o Menino crescia e fortalecia-se, enchendo-se de sabedoria. E a graça de Deus estava sobre Ele.
Ler a primeira vez… Em silêncio, deixar a Palavra ecoar no coração… Observações:
- O texto de hoje, exclusivo de Lucas, é o penúltimo episódio das “narrativas da infância de Jesus”, nas quais o evangelista apresenta Jesus a percorrer as diversas etapas da sua infância segundo as normas da Lei (a Torah).
- 22. “Ao cumprirem-se os dias”. “A lei de Moisés” (Lv 12,1-8) prescrevia que uma mãe se devia “apresentar” (cf. 1,19; Nm 16,9; Dt 21,5 Jdt 11,13), isto é, subir ao Templo de Jerusalém, à presença de Deus, no 40º dia do nascimento do seu filho, para se “purificar” do contacto com o sangue no parto, oferecendo um sacrifício (v. 24). É o que acontece; mas Maria leva consigo também o Menino Jesus e José (cf. 1Sm 1,24). Entretanto, Lucas evoca neste gesto o cumprimento das setenta semanas da profecia de Daniel (9,24-27): seis meses (6x30=180 dias) da gravidez de Isabel (1,36); nove meses (9x30=270 dias) da gravidez de Maria (2,6) e 40 dias da purificação de Maria (180+270+40) dão 490 dias, ou seja, setenta semanas (70x7).
- “Jerusalém”: o evangelista usa a forma grega Hierosolyma (13,22; 19,28; 23,7; At, 25x), provavelmente para ligar a etimologia de “Hierosalem” (hieros, “santa ”+ Salem “paz”: vv. 25.38.41.43.45; Hb 7,2), a hieros, “santa”, (kat)alyma, “sala de hóspedes” (2,7; uma alusão ao cenáculo: 22,11).
- v. 23: Além da purificação da mãe, a Lei prescrevia que todo o primogénito do sexo masculino “que rasga o ventre materno” (nascendo de parto natural) “será consagrado ao Senhor” (lit. “será chamado santo para o Senhor”: 1,35!; Ex 13,2.12.15). Segundo a Lei, as primícias de tudo o que se tem são do Senhor. Isto aplica-se em especial aos primogénitos machos, tanto dos homens, como dos animais: eles pertencem a Deus e devem ser “resgatados” (libertados mediante um pagamento), em agradecimento por Deus ter poupado os primogénitos de Israel na noite de Páscoa, quando feriu de morte os primogénitos dos egípcios, tanto dos homens, como dos animais (Ex 13,15s; 22,28; 34,19).
- Desta obrigação está isenta a tribo de Levi (Nm 3,12-13.40ss.45), porque, segundo a tradição judaica, todos os primogénitos de Israel tinham sido escolhidos pelo Criador para o sacerdócio por terem sido poupados na última das dez pragas do Egito. No entanto, quando os israelitas pecaram junto ao Sinai, oferecendo sacrifícios ao bezerro de ouro, só os filhos de Levi se juntaram a Moisés para executar a sentença divina (Ex 32,26-29), passando a ser apenas eles a assumir o sacerdócio. Desde então foi instituído “o resgate do primogénito” (he. pidyon ha-ben: Nm 18,16; gr. lytrôsis, “redenção”: v. 38; 1,68), como forma de resgatar o primogénito da obrigação do sacerdócio. Isto deve fazer-se a partir do 30º dia do nascimento dele (um mês civil) e antes de completar o segundo mês (Nm 18,16), o mais tardar até aos cinco anos de idade (Lv 27,6). O filho deve ser resgatado pelo seu pai que se pode dirigir a qualquer sacerdote em qualquer lugar da nação e lhe entrega o filho, dizendo “Este meu primogénito é o primogénito da sua mãe e o Santificado, bendito seja Ele, ordenou-nos que o resgatassemos”, pagando-lhe 5 siclos de prata pura (“segundo o ciclo do Santuário”, 5 x 11,4g: Nm 3,47; 18,16; Mek Ex 13,2, 22b; Mek Ex 22,29, 103a; SNu 18,15 §118, 38a).
- Lucas, que gosta de sublinhar a pobreza (6,20; 9,3; 14,13.21; 18,22; At 3,6; 8,20; 20,33), e é avesso ao dinheiro, não refere o pagamento, mas alude aqui ao rito e dá-o como cumprido (v. 39), fazendo-o coincidir com a purificação de Maria (cf. v. 22: “a purificação deles”), por razões de ordem prática. Destaca assim a piedade de Maria e de José, que apresentam Jesus a Deus numa cena que evoca 1Sm 1,24-26 (a apresentação de Samuel a Deus, por Ana, no templo de Silo).
- v. 24. “A Lei do Senhor” prescrevia, no caso da família ser pobre, que a mulher oferecesse em sacrifício pela sua purificação apenas “um par de rolas ou duas pombinhas” (Lv 12,6.8). É o caso da família de Jesus, que faz parte dos “pobres de Israel”, o resto fiel a Deus que obedece de coração, com amor, à sua “Lei” (5x aqui). Ao mesmo tempo, Lucas mostra que Jesus é desde o princípio “o Santo” de Deus (v. 23: “consagrado”; 4,34), como o Anjo dissera a Maria (1,35), decorrendo toda a sua vida segundo a Palavra de Deus, que nele se vai realizando.
- v. 25. Duas personagens acolhem Jesus no Templo: ambas são idosas, representando o antigo povo de Deus que esperava ardentemente a restauração do reino de Deus e a libertação (resgate, “redenção”) do seu povo. Bem ao estilo de Lucas, são um par: um homem e uma mulher (4,25-28.31-39; 7,1-17.36-50; 23,55-24,35). Ambos “profetizam”, ou seja, agem e falam em nome de Deus, sob moção do Espírito Santo. Lucas expressa deste modo três temas fundamentais da sua obra: a) ambos, homem e mulher, estão juntos na presença de Deus, sendo iguais em honra e graça, tendo os mesmos dons e responsabilidades (Gn 1,27; Gl 3,28); b) em Jesus inauguram-se os tempos messiânicos, marcados pela efusão do Espírito Santo e a irrupção do dom de profecia (Nm 11,27; Jl 2,28), extinto há mais de 400 anos; 3) só é possível encontrar Jesus e (re)conhecê-lo por ação do Espírito Santo.
- A primeira personagem é Simeão (he. “Deus ouviu”). “Era um homem justo” (1,6.17; 23,50; At 10,22), que fazia de coração a vontade de Deus (Is 51,7); “e piedoso”, cumprindo os preceitos de Deus humilde e reverentemente (At 2,5; 8,2; 22,12); “que esperava” (há longo tempo: Rt 1,13) a “consolação de Israel” (cf. v. 38) – ou seja, a libertação do cativeiro e a salvação do Povo de Deus, disperso pelo exílio, prometidas pelos profetas (cf. Is 40,1; 49,13; 51,12; 52,9; 61,2; 66,13; Jr 31,9; Zc 1,17) –, vivendo na esperança no cumprimento das promessas de salvação, porque “o Espírito Santo estava sobre ele” (3,22; Nm 11,25.29), animando a sua vida.
- v. 26. “Fora-lhe revelado” (cf. Jr 36,2.4; At 10,20) “pelo Espírito Santo”. “Espírito Santo” aparece aqui pela primeira vez em Lucas com o artigo (10,21; 12,10. 12), o que só ocorre três vezes no AT (Sl 51,13; Is 63,10s). “Que não veria a morte”, que não morreria (Sl 89,49; Hb 11,5; Jo 8,51), “sem antes ter visto (9,27) “o Cristo do Senhor” (só em 2,11; 1Sm 24,11), ou seja, o “ungido (he. Messiah) de Deus”, título que no AT designa o Sumo-sacerdote (Lv 21,12) e o rei (1Sm 24,6.10), sagrados com o óleo da unção (cf. Ex 25,6; 30,23-32), bem como o Messias prometido (Sl 2,2).
- v. 27. Simeão vai ao Templo “no Espírito”, impelido por Ele (1,17; 4,1; 10,21; Mq 3,8; Zc 4,6; 7,12), no momento em que “os pais trouxeram o Menino Jesus para fazerem segundo o costume da Lei acerca dele”. Ao cumprirem o que a Lei prescrevia, levam a que se cumpra também Ml 3,1: “De repente, virá ao seu Templo o Senhor, a quem buscais, o Anjo da Aliança, a quem desejais”. Lucas chama aqui pela primeira vez “pais” a José e Maria porque foi só na circuncisão que José assumiu a paternidade legal sobre Jesus (vv. 21.33; 3,23), sendo pai legal dele.
- v. 28. Impelido pelo Espírito (cf. At 8,29; 10,19; 11,12; 13,2), Simeão reconhece Jesus e intervém com atos e palavras expressivos. Num gesto de amor, ternura e gratidão, “recebe” o Menino nos braços (cf. Mc 9,36; 10,16) como um dom (gr. dékomai: 9,48; 18,17; 22,17; Gn 33,10; Dt 32,11) e bendiz a Deus (1,42.64; 24,53; Sl 16,7; 34,2; 63,5; 96,2; 103,2; 134,2), profetizando.
- v. 29. “Agora” (gr. nûn). É o “agora” do tempo da graça, do dia da salvação (22,18.69; 2Cor 6,2). “Senhor” (gr. despótes, “mestre”, “soberano”: At 4,24; Gn 15,2.8; Js 5,14; Dn 9,15-19): é Deus quem dirige tudo. “Podes deixar partir em paz”, ou seja, deixar morrer (Gn 15,15; 46,30; Tb 11,9), livre do medo da morte (Hb 2,14s). “O teu servo” (gr. doulós, “escravo”: 1,38.48; Rm 1,1; 2Co 4,5; Gl 1,10; Fl 1,1; 2,7; Tt 1,1; Tg 1,1; 2Pd 1,1; Jd 1,1; Ap 1,1), ou seja, a mim, sobre quem podes dispor, com direito de vida e de morte. “Segundo a tua Palavra” que me prometeste pelo Espírito Santo (v. 26), e de acordo com o meu desejo (cf. Gn 47,30; Nm 14,20; 1Rs 3,12). O encontro com Jesus ilumina projeta uma nova luz sobre a existência do homem e a sua morte, fazendo dela uma passagem para a eternidade.
- v. 30. Depois, declara no Templo de Jerusalém que os seus olhos “viram a salvação” (3,6; Sl 98,3; cf. Jb 42,5; Sl 67,3). O nome “Jesus” em aramaico é Ieshuah (“Deus salva”), a palavra hebraica para “salvação”: ver Jesus é ver a salvação.
- v. 31.”Que preparaste diante de todos os povos” (gr. laós: Is 52,10), ou seja, que destinaste, começando pelo teu povo, a toda a humanidade (Is 40,5 LXX).
- v. 32. A seguir, Simeão anuncia o objetivo da obra de Jesus: levar a todos os homens a “luz” (Is 9,2; At 26,18) do Evangelho que se deve “revelar às nações”, isto é, aos gentios (Is 42,6; 49,9.6; 51,4; At 13,47) e ser a “glória de Israel”, o povo de Deus (Is 4,2; 46,13; 45,25; 60,1s.19). “Glória” alude à glória divina da ressurreição de Jesus (9,26.31s; 21,27; 24,26), da qual participará o novo Povo de Deus, o novo Israel (Rm 9,6ss; Gl 6,6; Fl 3,3). Jesus é o Servo de Iavé que levará a salvação (através dos seus discípulos) a todos os povos da terra, que nele serão irmanados, sem qualquer distinção, no único povo de Deus, que participará da Sua glória. Emerge aqui, pela primeira vez, de forma explícita, o tema, tão caro a Lucas, da universalidade da salvação (2,14; 24,47; At 1,8).
- v. 33. “Seu pai e sua Mãe” (v. 27) ficam “admirados” com o que “se diz” (particípio presente) de Jesus (1,63; 2,18.48). De facto, antes só tinha sido anunciada a missão de Jesus em relação a Israel; agora é-lhes dito que Ele será glorificado e que a sua missão se estenderá a todos os povos.
- v. 34. “Simeão abençoou-os”: a Jesus, Maria e José (cf. Dt 18,5 LXX; Nm 6,23-26). Depois anuncia profeticamente a Maria a divisão que Jesus irá provocar em Israel e no mundo (cf. 4,16-30; 12,51), desvelando-lhe o seu destino: o anúncio e a obra da salvação da humanidade passarão pelo sofrimento (“a cruz”: 24,7.44.46), de modo que Jesus será “um sinal de contradição” para todos (7,23; At 28,22; Is 8,14; 28,16): para os que não acreditarem nele e o rejeitarem, será causa de queda e de ruína (como acontecerá a Jerusalém no ano 70 d.C.: Dn 11,41 LXX; Mt 21,42; Rm 9,32; 1Pd 2,7); para os que nele crerem, será fonte de “ressurreição” (gr. anástasis), de vida nova, luz e salvação (At 26,23; Rm 6,5; 1Cor 1,23). É uma alusão aos pontos centrais do querigma: a morte e ressurreição de Cristo e o seu anúncio a todos os povos (9,20.22; 24,26. 46s; At 2,36; 4,10ss; 10,36-42; 17,3), missão esta que será acompanhada de hostilidade e de perseguições por parte do seu próprio povo, não só em Israel, como também no Império Romano.
- v. 35. Tal como o discípulo é associado à cruz (9,23; 14,27), também Maria será intimamente associada à obra do seu Filho de modo singular, único, para a vida e para morte, obra esta que “traspassará” como espada a sua alma (v. 48; Jo 19,25s.37; Hb 4,12; Sl 124,5) de dor (cf. Am 5,17) “para que se revelem os pensamentos de muitos corações” (cf. 5,22; 9,47; 16,15; 24,38; Sb 7,20; Jr 17,9s; Dn 2,22.30; 1Cor 3,13), pró ou contra Jesus, em última análise, pró ou contra Deus.
- v. 36. A segunda figura, Ana, é toda ela simbólica. O seu nome, “Ana”, significa “graça”, “ternura”; e o apelido, “Fanuel”, “rosto de Deus” (Gn 32,31): em Jesus, Deus mostra o seu rosto e dá a sua graça. Ela é “profetiza” (cf. v. 25; Ex 15,20; Jz 4,4; 2Rs 22,14; 2Cr 34,22; Is 8,3), patenteando os tempos messiânicos da efusão do Espírito (Jl 3,1; At 2,17s). Ana é de Asser (“feliz”), a tribo mais pequena, afastada e insignificante de Israel (Dt 33,24), no noroeste da Galileia.
- v. 37. A idade de Ana também é simbólica: 7x12=84 anos, indicando 7 a perfeição e 12 o Povo de Deus. Ela é “viúva”, figura daquele Israel pobre e sofredor que se manteve sempre fiel a Iavé. Manteve-se viúva após a morte do marido (cf. Is 60,20; 61,3), ansiando, suplicando e esperando o cumprimento das promessas de Deus, “Sem se afastar do Templo” (cf. Sl 26,8; 27,4; 84,11), não porque nele pernoitasse (uma vez que as portas deste se fechavam durante a noite: cf. 21,37; Sl 134,1), mas porque vivia perto dele. “Prestando culto” a Deus (cf. Ex 3,12; 20,5; 23,25; Dt 6,13; 10,20; Js 24,14); ininterruptamente, “noite e dia” (Jt 11,37; At 20,31; 26,7; 1Ts 2,9; 3,10; 2Ts 3,8; 1Tm 5,5; 2Tm 1,3); “com jejuns e orações” (cf. 5,33; At 13,3; 14,23; Ne 1,4; Dn 9,3), uma prática regular dos judeus piedosos (Jt 8,6!), para implorar a vinda do Messias (cf. 5,33; Dn 10,3).
- v. 38. Ao ver Jesus, Ana não só reconhece nele o Messias, mas põe-se a louvar a Deus (Sl 79,13; Dn 4,37) e a falar profeticamente dele “a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém” (cf. v. 25; Sl 111,19; 130,7; Is 43,1; 59,20; 63,4). A palavra “redenção” (gr. lytrosis, “resgate”: cf. v. 23) é a mesma que é usada para falar da libertação de Israel da escravidão do Egito (cf. Ex 6,6; 15,13; Dt 7,8; 2Sm 7,23) e para designar o novo êxodo, o da salvação futura do povo de Deus (Is 41,14; 43,1; 44,6.22ss; 52,3; 62,12; 63,9; Jr 31,11; Os 13,14; Zc 10,8), levado a cabo pelo Messias (Jesus: 9,31). Esta redenção, que se estendia a todo o povo eleito (1,68; 24,21), interessava em primeiro lugar à sua capital, Jerusalém (cf. Is 52,9; 40,2), onde David se instalara como rei de Judá e de Israel (2Sm 5,9) e Salomão construiu o Templo. Ana é figura do Israel pobre e fiel que põe toda a sua esperança em Deus, se deixa guiar pelo seu Espírito e reconhece em Jesus o Messias prometido, que a anuncia a todos os que esperam (receber) a redenção.
- v. 39. O texto conclui com um sumário da infância de Jesus. Cumpridos todos as prescrições da Lei a respeito do Menino, “voltaram à sua cidade, Nazaré” (1,26; 2,4; Mt 2,23), donde tinham partido.
- v. 40: v. 52; cf. At 7,10. “Entretanto, o Menino crescia” (1Sm 2,21.26) “e fortalecia-se” (cf. 1,80; Sl 80,18; Ef 3,16; 6,10). “Enchendo-se de sabedoria” (cf. 11,31; Is 11,2; 1Cor 1,24.30; Cl 1,9; 2,3; Tg 3,17), “e a graça de Deus estava com Ele” (cf. 4,22; Sl 45,2; Sb 3,9; Jo 1,14.17), dons estes que vêm de Deus (cf. Tg 1,17; 3,15) e que Jesus, diversamente de João Batista, possui como próprios, atestando a sua divindade.
Ler o texto segunda vez... Em silêncio, escutar o que Deus diz no segredo...
2) MEDITAÇÃO… PARTILHA… (Que me diz Deus nesta Palavra?)
a) Que frase me toca mais? b) Que diz à minha vida? c) Oração em silêncio… d) Partilha e) Que frase reter? f) Como a vou/vamos pôr em prática?
- Como conheci o Senhor? Já me senti conduzido por Ele? Vão ao encontro dele e reconheço‑o na pessoa dos pobres?
- Deus ocupa o centro da minha vida? Deixo-me guiar pelo Seu Espírito e iluminar pela Sua Palavra? Levo a cabo a missão que Ele me confiou no batismo de ser sua testemunha e de O anunciar a todos?
- Que contradições devem acabar em mim, porque me afastam de Jesus, e que aspetos devem receber vida nova para dele me aproximar?
3) ORAÇÃO PESSOAL… (Que me faz esta Palavra dizer a Deus?)
4) CONTEMPLAÇÃO… (Saborear a Palavra em Deus, deixando que inflame o coração)
Salmo responsorial Sl 24,7-10 (R. 10b)
Refrão: O Senhor do Universo é o Rei da glória.
Levantai, ó portas, os vossos umbrais,
alteai-vos, pórticos antigos,
e entrará o Rei da glória. R.
Quem é esse Rei da glória?
O Senhor forte e poderoso,
o Senhor poderoso nas batalhas. R.
Levantai, ó portas, os vossos umbrais,
alteai-vos, pórticos antigos,
e entrará o Rei da glória. R.
Quem é esse Rei da glória?
O Senhor dos Exércitos,
é Ele o Rei da glória. R.
Pai-nosso…
Oração conclusiva
Deus todo-poderoso e eterno, humildemente Vos suplicamos que, assim como o vosso Filho Unigénito foi neste dia apresentado no templo, revestido da natureza humana, assim também, de alma purificada, nos apresentemos diante de Vós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. T. Amen.
Ave-Maria...
Bênção final. Despedida.
5) AÇÃO... (Caminhar à luz da Palavra, encarnando-a e testemunhando-a na própria vida)
Fr. Pedro Bravo, oc