A bênção da primeira pedra, tinha sido feita no dia 13 de Março de 1955.
A cerimónia foi presidida pelo Rev.mo Pe. Geral da época, Kiliano Lynch.
Para preparar esta inauguração, que aconteceu no dia 15 de Agosto de 1957, realizou-se um Congresso Internacional da Ordem Terceira do Carmo, no qual participaram centenas de Confrades e Terceiros Carmelitas das várias partes do mundo, que aconteceu nos dias 13, 14 e 15 de Agosto.
Os congressistas tiveram os encontros nos seminários do Verbo Divino e Monfortinos e na Casa Beato Nuno. Esteve presente o Rev.mo Pe. Geral, Kiliano Lynch, todos os membros da Curia Generalícia, vários provinciais da Ordem, entre eles o Provincial da Província Fluminense, Frei Bonifácio Harink, da qual dependia o Comissariado de Portugal, sendo seu Comissário Pe. Cirilo Alleman.
No dia 14 de Agosto de 1957, ao fim da tarde, chega o Cardeal Adeonato Piazza, O.C.D., que vinha presidir à bênção e inauguração da Casa, acompanhado do Núncio Apostólico, D. Fernando Cento, do Bispo Carmelita D. Telesfero Cioli e dum representante da Nunciatura Apostólica.
Aguardavam-no o Senhor Bispo Auxiliar de Leiria, D. João Pereira Venâncio, Bispos de várias nacionalidades e o Comissário da Ordem Terceira de Portugal, Pe. António Faggiano.
Na Casa Beato Nuno foi recebido pelo Assistente Geral, Pe. Carmelo Luisi e pelo Pe. Bonifácio Harink, Provincial da Província Fluminense.
Procedeu-se à bênção da Casa e da imagem do Beato Nuno que se encontra na fachada da casa.
Depois, dirigiu-se para a capela, ao canto do Ecce Sacerdos Magnus, executado pelo coro do Seminário Carmelita da Falperra. Feita a bênção da capela por sua Eminência, este proferiu uma bela alocução onde salientava a espiritualidade carmelita e a história do Carmo português, com uma referência concreta ao sentido do nome dado à Casa Beato Nuno.
- 15 de Agosto de 1376: casamento de Nuno Álvares Pereira com D. Leonor de Alvim.
- 14 de Agosto de 1385: data da batalha de Aljubarrota, decisiva para a independência portuguesa!
- 15 de Agosto de 1423: entrada do Condestável na Ordem do Carmo com o nome de Frei Nuno de Santa Maria.
Esta inauguração foi coroada com uma solene Vigília Nocturna, no Santuário, iniciada com uma solene Procissão de Velas com a imagem de N. Senhora, que se prolongou por toda a noite com vigílias feitas por vários grupos das várias nacionalidades.
Em todas as cerimónias houve sempre um grande número de participantes.
Por volta das 11h foi celebrado Solene Pontifical, presidido por sua Eminência o Senhor Cardeal Piazza.
Neste pontifical participaram os Bispos presentes, o Padre Geral da Ordem, kiliano Lynch, toda a Cúria, os vários Provinciais, muitos Terceiros Carmelitas e bastantes devotos de Nossa Senhora.
Por volta das 16 horas, Sua Eminência voltou à Basílica para encerrar o congresso da Ordem Terceira.
Começou por tomar a palavra o Comissário das Ordens Terceiras em Portugal, Frei António Faggiano, que leu um telegrama enviado pelo Santo Padre, quem se dignou nomear como seu delegado ao Congresso sua Eminência o Cardeal Piazza.
Seguidamente foram apresentados as várias conclusões do mesmo. Algumas são, hoje, bem actuais e ainda sem realizar até aos nossos dias.
Finalmente, tomou a palavra o senhor Cardeal Piazza para encerrar o Congresso. Foram palavras cheias de entusiasmo e com um convite a pôr em prática o ideal Carmelita nos dias que correm e por todos os tempos e lugares.
Terminava dizendo: “ Caríssimos Terceiros, o programa é claro, urgente e decisivo. Quem de nós ousará recusar a própria colaboração para uma actualização concreta? É a missão da Ordem Terceira neste nosso tempo tão profundamente agitado. Maria, a Rainha do Carmelo, encontrar-se-á sempre ao lado dos Confrades do Carmelo, lutadores pela verdade e pela justiça, para o triunfo da Igreja e do Papado, na grande batalha de que dependem os destinos do mundo”.
Terminada a alocução deu-se a Bênção do Santíssimo Sacramento. Encerrava-se assim o Congresso dos Terceiros Carmelitas sob o fundamento da Eucaristia.
Também a cerimónia da inauguração da Casa Beato Nuno terminava com este sinal da presença da Eucaristia.
Já lá vão 50 anos, e penso que, apesar de alguns obstáculos e vicissitudes porque passou, esta Casa continua a ter o seu sentido, embora adaptada aos tempos.
Haja pois a vontade de continuar a olhar para ela com o sentido de ser algo que nos pertence e que a sua construção foi inspirada num apelo feito pela Irmã Lúcia, de feliz memória, feito ao Prior Geral da Ordem, Reverendo Padre Kiliano Lynch, por volta dos anos de 1950.