Sétimo Dia: A comunidade

A comunidade

Procura uma foto em que apareces dentro da tua família ou dentro da tua comunidade. Esta foto é para ti o símbolo concreto deste sétimo dia da novena. Olhando a foto, percebes-te imediatamente  como fazendo parte do grupo com o qual convives e trabalhas. Tu conheces o grupo e lembras o nome de todos e todas e saberás enumerar o que aprendeste de cada um. Também lembrarás aquilo com que contribuiste para o crescimento do grupo, da família.

Jesus chamou-nos “para estar com ele e enviá-los a pregar” (Mc 3,13-14), isto é, para formar comunidade com ele e para ir em missão. Isto significa que a vida em comunidade é a plataforma de onde se parte para a missão do anúncio da Boa Nova do Reino.

Situando o sétimo dia no conjunto da novena

Neste sétimo dia da nossa novena, a ênfase cai na dimensão comunitária da vida no Carmelo. O símbolo é a comunidade, a fotografia em que apareces dentro da tua família ou comunidade. Como carmelitas temos que viver em comunidade. Sem comunidade, a nossa palavra é microfone sem altifalante; é lâmpada bonita sem luz eléctrica; peruca em cabeça careca. Engana, e não realiza nada. 

O crescimento pessoal só se faz e só é possível dentro da comunidade. Vocação é como a gente. Ninguém nasce sozinho, mas nasce-se de pai e mãe, no meio de uma família. Não se cresce sozinho, mas com a ajuda de outras pessoas.

A dimensão comunitária da espiritualidade carmelita completa e consolida tudo aquilo que meditámos até agora nestes sete dias da novena. Toda a reflexão feita até agora nestes sete dias não terá sentido nenhum, se o resultado não aparecer no testemunho comunitário da nossa vida. Ela deve começar a irradiar através de nós na comunidade e no meio do povo.

O objectivo a ser alcançado no sétimo dia da novena

  • Aprofundar, através da escuta e do diálogo, a nossa convivência comunitária, seja na família seja na comunidade.
  • Partilhar com os outros aquilo que viveste, descobriste e aprendeste até agora nestes sete dias da nossa novena a respeito do Carisma do Carmelo.

Atitude orante a ser cultivada no sétimo dia da novena

Participar com mais atenção na oração comunitária: seja na família ou na comunidade, seja na paróquia ou em qualquer outro grupo. Jesus rezava sozinho nas montanhas, e também participava da oração comunitária nas sinagogas e das romarias para o Templo em Jerusalém.

Padroeira: Santa Teresa de Ávila, a grande reformadora do Carmelo

Nasceu em Ávila, Espanha, no dia 28 de Março de 1515, época da descoberta das Américas. Teve uma infância apaixonada. Por volta dos seis ou sete anos de idade, ela lia as histórias dos santos e mártires, ficava fascinada e queria imitá-los.

Aos 13 anos fica órfã, perde a mãe. Aflita ela procurou uma imagem de Nossa Senhora e suplicou que a partir de agora a Virgem fosse sua mãe.

Aos 21 anos de idade entrou no mosteiro carmelita da Encarnação, em Ávila. Mulher de excepcionais talentos humanos e espirituais, Teresa não se contentava com a vida religiosa bastante medíocre tal como era vivida no Mosteiro da Encarnação. Na sua conversão em 1554, uniu-se a Deus para sempre e nunca mais O abandonou. E a partir daí, realizou grandes progressos no caminho da perfeição e teve experiências místicas extraordinários.

Aos poucos amadureceu nela a ideia de criar uma vida carmelita mais de acordo com a Regra de Santo Alberto. Assim, a partir de 24 de Agosto de 1562, aos 45 anos de idade, ela empreendeu uma reforma da Ordem que recebeu o seu nome: Reforma Teresiana. Fundou 17 mosteiros femininos e conseguiu a autorização para a criação de conventos masculinos reformados em 10 de Agosto de 1567.

Para Teresa a vida em comunidade é um dom que Deus nos concede para amarmos muito mais. Desta maneira, ela era calorosa e afectuosa e tinha um dom extraordinário para fazer amizade. Por onde passava deixou amizades que em horas de apuros e sofrimento eram um alívio para a alma. Ela mesma diz que “graças aos seus amigos não fui para o inferno. Disto nasce a importância de termos bons amigos e de estimular sempre a vida em comunidade. 

Teresa morreu em Alba de Tormes no dia 4 de Outubro de 1582. Toda a sua experiência de fé e de vida, ela a comunicava nas suas reflexões e nos milhares de cartas. Deixou também vários livros: “Livro da Vida”, “Caminho de Perfeição”, “Castelo da Alma”, “Livro das Fundações”. Nestes livros Teresa descreveu as suas próprias experiências.

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