Décimo Sexto Domingo do Tempo Comum - 2024

Acolhimento. Sinal da cruz. Oração inicial. Invocação do Espírito Santo:

A. Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis
T. E acendei neles o fogo do vosso amor.
A. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado
T. E renovareis a face da terra.

A. Oremos. Senhor, nosso Deus, que iluminastes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, tornai-nos dóceis às suas inspirações, para apreciarmos retamente todas as coisas e gozarmos sempre da sua consolação. Por Cristo, nosso Senhor. T. Amen. 

1) LEITURA (Que diz o texto? Que verdade eterna, que convite/promessa de Deus traz?) 

Leitura do Evangelho segundo S. Marcos (6,30-34)

Naquele tempo, 6,30os Apóstolos reúnem-se junto de Jesus e contaram-lhe tudo quanto tinham feito e quanto tinham ensinado. 31E Jesus diz‑lhes: «Vinde a sós para um lugar deserto e descansai um pouco». De facto, eram tantos os que vinham e os que partiam que eles nem tinham tempo para comer. 32Partiram, então, a sós, no barco para um lugar deserto. 33Porém, viram-nos partir e muitos perceberam para onde iam; e, de todas as cidades acorreram a pé para lá e chegaram antes deles. 34Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e encheu-se de compaixão deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas.

     Ler a primeira vez… Em silêncio, deixar a Palavra ecoar no coração… Observações:

  • Este breve trecho evangélico introduz o sinal da multiplicação dos pães, feito por Jesus em favor do povo faminto da Galileia num lugar deserto (6,30-44), anotando hoje apenas que Jesus os ensinou.
  • v. 30 (vv. 30-31: Lc 9,10; 10,17). Acolhimento dado aos discípulos. “Os apóstolos” (gr. “enviados”: 3,14): é a segunda das duas vezes que Marcos usa este termo, ao qual prefere “os Doze” (v. 7) ou “os discípulos” (vv. 1.35.41.45). Eles regressam da missão a que Jesus os tinha enviado, ou seja, a pregar o Reino e “reúnem-se” (gr. synagontai, literalmente “são reunidos”) junto de Jesus que os acolhe e contam-lhe tudo o que tinham feito e ensinado, tudo o que Deus tinha operado através deles.
  • v. 31. Jesus escuta-os até ao fim, mas não se preocupa só em estar a par do que aconteceu. Sabe que eles precisam dum tempo de descanso, de partilha, de convívio fraterno, de oração, revisão de vida e intimidade com Ele, a sós. Como as pessoas não os largam, não lhes deixando sequer tempo para comerem tranquilamente. Jesus resolve ir “a sós” com eles para um lugar sossegado, ermo, para descansarem um pouco.
  • v. 32 (vv. 32-34: Mt 14,13-14a; Lc 9,10-11; Jo 6,1-2). Entram assim todos no barco e vão para “um lugar deserto”, ou seja, não habitado.
  • v. 33. O povo viu que Jesus ia de barco para outro porto e percebeu logo para onde se dirigia. Vai então atrás dele, correndo por terra, procurando chegar lá antes dele descer para terra firme.
  • v. 34. Ao “desembarcar” (lit: “sair do barco”, vv. 54s), Jesus vê toda aquela multidão e “enche-se de compaixão” (8,2; 1,41; 9,22) deles, “porque eram como ovelhas sem pastor” (cf. 1Rs 22,17). Esta passagem evoca Nm 27,16ss.21, onde se diz que Moisés, ao avistar a Terra Prometida, a partir do Monte Nebo, no deserto, pede ao «Senhor, Deus de todos os espíritos e de toda a carne, um homem (que lhe suceda) para que a assembleia (he. ‘edah: “reunião”; gr. sinagogué) do Senhor não seja como ovelhas que não têm pastor». E o Senhor dá-lhe como sucessor Josué (gr. Jesus), «homem em quem está o Espírito» e que fará o povo entrar na Terra prometida: «Segundo a sua palavra, sairão e, segundo a sua palavra, entrarão, ele, todos os filhos de Israel com ele, toda a assembleia (gr. sinagogué)”». Será Josué que introduzirá o povo de Israel na Terra prometida.
  • A expressão é ainda uma referência a Ez 34,5, onde Deus anuncia que será o Pastor do seu povo (Ez 34,1-34), através do Messias. Este não se apascentará a si mesmo, mas “reuni-lo-á” (Ez 34,14) de todos os povos para onde tinha sido disperso e alimentá-lo-á, fazendo-o “repousar” (34,14s) em segurança, livre dos seus inimigos.
  • Jesus é o Profeta, o Messias prometido, o Bom Pastor, que inaugura o novo Êxodo, reunindo em si o novo Povo de Deus (simbolizado nos doze cestos: v. 43), para o introduzir na verdadeira Terra prometida, o Reino de Deus. Daí a referência à travessia do mar e ao deserto, símbolos do êxodo, bem como ao facto de Jesus, ao ver o povo, o pôr em primeiro lugar, esquecendo o seu próprio descanso, mostrando assim que é o Bom Pastor. Para Jesus o acolhimento e o bem do povo estão em primeiro lugar; só depois é que se preocupa com a comida, como Ele próprio disse à samaritana: “O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo 4,34).
  • “E começou a ensinar-lhes muitas coisas”. Como Bom pastor, Jesus sabe que não basta curar as pessoas e tratar das suas feridas: é preciso também alimentar e dessedentar o seu coração. Por isso, alimenta as pessoas e dessedenta-as com a comida boa e as águas puras da sua Palavra (Mt 11,28-30; cf. Sl 23)), uma comida que não foi pisada, nem conspurcada pelos maus pastores (Ez 34,18-19; Zc 10,2), mas que transborda da abundância do seu coração. E mostra que verdadeiro descanso e alimento dos discípulos não é um lugar, nem um tempo sossegado para comer (cf. v.31),mas Ele mesmo (cf. Sl 62,1), o Bom Pastor, que transmite a Palavra da vida.

Ler o texto segunda vez... Em silêncio, escutar o que Deus diz no segredo... 

2) MEDITAÇÃO… PARTILHA… (Que me diz Deus nesta Palavra?)

     a) Que frase me toca mais? b) Que diz à minha vida? c) Oração em silêncio… d) Partilha e) Que frase reter? f) Como a vou/vamos pôr em prática? 

  • Há “ovelhas sem pastor” em minha casa, na minha rua, na minha paróquia, no meu local de trabalho, nos lugares que frequento? Que faço para ser junto delas uma presença de Jesus Cristo, o Bom Pastor?
  • Como imito Jesus e os apóstolos? Transmito aos outros a minha fé, partilho com eles a Palavra, testemunho o que o Senhor fez comigo?

3) ORAÇÃO PESSOAL… (Que me faz esta Palavra dizer a Deus?

4) CONTEMPLAÇÃO… (Saborear a Palavra em Deus, deixando que inflame o coração)

Salmo responsorial                                                 Sl 23, 1-6 (R. 1)

Refrão:        O Senhor é meu pastor: nada me faltará.

O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.      R.

Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o vosso báculo me enchem de confiança.    R.

Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça,
e o meu cálice transborda.      R.

A bondade e a graça hão de acompanhar-me
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre.     R. 

Pai-nosso… 

Oração conclusiva

Sede propício, Senhor, aos vossos servos e multiplicai neles os dons da vossa graça, para que, fervorosos na fé, esperança e caridade, perseverem na fiel observância dos vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. T. Amen. 

Ave-Maria... 

Bênção final. Despedida. 

5) AÇÃO... (Caminhar à luz da Palavra, encarnando-a e testemunhando-a na própria vida)

Fr. Pedro Bravo, oc