Advento 2024 com Santa Teresa de Lisieux: “Orar como uma criança”

 

Os nossos irmãos do Carmelo Descalço põem à nossa disposição um itinerário para o Advento, para que façamos, se quisermos, deste tempo um “retiro” preparatório do Natal. Acompanha-nos e faz-nos companhia Santa Teresa de Lisieux, que carinhosamente tratamos por Santa Teresinha.

O esquema proposto para cada dia é simples: uma frase tirada de uma leitura da liturgia do dia, um pensamento/frase de Santa Teresinha do Menino Jesus, e, por fim, uma proposta de compromisso para esse dia, como concretização prática do fruto da leitura e meditação das palavras de Deus e de Santa Teresa de Lisieux. A perseverança tornará fecundo o que nos é oferecido. 

Domingo, 1 de Dezembro

Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas (21, 25-28.34-36)

Naquele tempo, Jesus falava aos seu discípulos da Sua vinda: «Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, sobre a terra, angústia entre as nações, desesperadas perante o bramido do mar e das ondas. Os homens morrerão de medo, na expectativa do que vai sobrevir ao mundo habitado, pois os poderes dos céus serão abalados. Então hão-de ver o Filho do Homem vir numa nuvem com poder e grande glória. Quando isto começar a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque está próxima a vossa libertação». «Tende cuidado convosco, não aconteça que os vossos corações se tornem pesados com a intemperança, a bebedeira e as preocupações da vida, e aquele dia caia inesperadamente sobre vós como uma armadilha, pois ele virá sobre todos os que habitam a face da terra. Mantende-vos despertos, rezando em todo o tempo, a fim de conseguirdes fugir de tudo isto que está para acontecer, e de comparecerdes diante do Filho do Homem».

«Nunca O ouvi falar, mas sei que Ele está em mim. Ele guia-me e inspira-me a cada instante o que devo dizer ou fazer. Precisamente no momento em que delas tenho necessidade, descubro luzes que ainda não tinha visto. Não é durante a oração que elas se me manifestam mais; a maior parte das vezes é no meio das ocupações do dia» (Ms A, 83 v°). 

«Para mim, a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao Céu, é um grito de gratidão e de amor, tanto no meio da tribulação como no meio da alegria, enfim, é algo de grande, de sobrenatural, que me dilata a alma e me une a Jesus» (Ms C, 25 v°).

Que atitudes devo cultivar, que medidas vou tomar, que meios vou usar neste Advento para estar mais atento e pronto para acolher o Senhor que vem ao meu encontro? Há algum vício que devo deixar, algum pecado que devo evitar, alguma preocupação que Lhe devo confiar, para O acolher melhor no meu coração e na minha vida?

Segunda-feira, 2 de Dezembro: Um coração de criança

«Ele nos ensinará os seus caminhos e nós andaremos pelas suas veredas» (Is 2,1-5).

«Jesus não tem necessidade nenhuma de livros nem de doutores para instruir as almas. Ele, o Doutor dos doutores, ensina sem ruído de palavras… Nunca O ouvi falar, mas sei que Ele está em mim. Ele guia-me e inspira-me a cada instante o que devo dizer ou fazer». (Ms A, 84 r°).

Peçamos a graça da docilidade do coração para nos deixarmos guiar por Jesus no caminho que Ele escolher para nós ao longo deste Advento, para nos conduzir ao Natal.

Terça-feira, 3 de Dezembro: A alma pobre

«Eu te bendigo ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos» (Lucas 10,21).

«Ele, que nos dias da sua vida mortal, num ímpeto de amor, exclamou: «Eu Vos bendigo, ó Pai, porque escondestes estas coisas aos sábios e aos prudentes e as revelastes aos mais pequeninos», queria fazer brilhar em mim a sua misericórdia. Porque eu era pequena e fraca, Ele abaixava-se para mim e instruía-me em segredo sobre as coisas do seu amor» (Ms A, 49 r°).

Peçamos a Deus que nos revele a profundidade da sua misericórdia que deseja dar-se, não a almas de superiores, mas a almas humildes e pobres.

Quarta-feira, 4 de Dezembro: Uma divina esperança

«Este é o nosso Deus, nele confiámos e Ele nos salva. Este é o SENHOR em quem confiámos. Congratulemo-nos e rejubilemos com a sua salvação». (Is 25,9).

«Um dia, assim espero, Águia adorada, virás buscar o teu passarinho e, subindo com ele para o Fogo do Amor, mergulhá-lo-ás eternamente no ardente Abismo desse Amor, ao qual se ofereceu como vítima...» (Ms B, 5 v°).

Peçamos a Deus a graça de nos ancorarmos numa esperança cada vez mais profunda, para mantermos o coração sempre virado para Ele, sejam quais forem as dificuldades que possam surgir no caminho.

Quinta-feira, 5 de Dezembro: A graça da confiança 

«Confiai sempre no Senhor, porque o Senhor é a rocha perene.» (Is 26,1-4).

«O abandono é o fruto delicioso do amor: Só o abandono me entrega nos teus braços, ó Jesus! É ele que me faz viver da vida dos eleitos» (PN 52,7).

Levemos à oração as pessoas atribuladas e peçamos para elas a graça da confiança.

Sexta-feira, 6 de Dezembro: Atraídos para Cristo 

«O Senhor é a minha luz e salvação: a quem hei-de temer?» (Sl 26-27).

«Não posso temer um Deus que Se fez tão pequeno por mim... amo-O!... Porque Ele é só amor e misericórdia!» (Ct 266).

Oremos por aqueles que hesitam em aproximar-se de Deus, para que se deixem atrair pela sua luz.

Sábado, 7 de Dezembro: Comprometidos com a Igreja

«A messe é grande e os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua messe» (Mt 9,38).

«Então porque diz Jesus: “Rogai ao Senhor da messe que envie operários”? Porquê?... Ah! é que Jesus tem por nós um amor tão incompreensível que quer que tenhamos parte com Ele na salvação das almas. Não quer fazer nada sem nós» (Ct 135).

Rezemos para que cada um encontre o seu lugar na Igreja e oremos pelas vocações sacerdotais e religiosas

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