NOSSA SENHORA DE FÁTIMA E O ESCAPULÁRIO DO CARMO
(Continuação)
- A Aparição de Nossa Senhora do Carmo -
A história das aparições de Nossa Senhora de Fátima é assaz conhecida, não é mister repeti-la. No entanto, desde que há certa dúvida da parte de alguns autores em admitir que a Santíssima Virgem apareceu como Nossa Senhora do Carmo, creio necessário evidenciar essa aparição em particular.
As aparições começaram a 13 de Maio de 1917, e continuaram em cada mês até 13 de Outubro, dia da última aparição.
As duas que interessam sob o ponto de vista da devoção ao Escapulário, são as de Setembro e Outubro. Um dos sacerdotes presentes à aparição de Setembro foi o Dr. Manuel Nunes Formigão. O Dr. Formigão era conhecido não só na sua diocese, como também em outras, pela sua ciência e prudência. Ele estava autorizado pelo Administrador do Patriarcado para investigar os estranhos acontecimentos da Cova da Iria.
A 29 de Setembro, voltou a Fátima para interrogar as crianças sobre o que tinham visto e ouvido. Não devemos esquecer-nos de que Lúcia era a única a quem Nossa Senhora falara. Lúcia, entretanto, conservava-se completamente calada sobre o que lhe tinha sido dito, e consequentemente limitou-se apenas às perguntas que lhe foram feitas. E desde que o investigador não lhe perguntou sobre a aparição de Nossa Senhora do Carmo, não fez referência a essa aparição na sua investigação oficial de Setembro. Mais tarde contudo, a pedido do Sr. Bispo de Leiria, D. José Correia Silva, Lúcia deu notícias mais completas do que acontecera.
No documento nº 3, escrito em Tui, em Espanha, a 8 de Dezembro de 1941, ela afirma que Nossa Senhora dissera que voltaria no mês seguinte como Nossa Senhora do Carmo: «Continua a rezar o terço para acabar a guerra. Em Outubro Nosso Senhor virá, também Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora do Carmo e S. José com o Menino para abençoar o mundo. Pode-se encontrar uma confirmação disso no trabalho do Pe. João De Marchi I. M. C. «Era uma Senhora mais brilhante que o sol». O Pe. De Marchi viveu em Fátima desde 1943; anos antes de escrever o seu livro, teve entrevistas não somente com Lúcia, mas também com muitas testemunhas oculares dos estranhos acontecimentos de 1917. Consultou também os Arquivos de Fátima no Paço episcopal de Leiria. O seu estudo sobre Fátima, é unânimamente reconhecido como um dos melhores sobre o assunto. Sendo religioso duma Congregação consagrada a Nossa Senhora das Dores, ele devia ter especial interesse nesse sector, pois a aparição de Nossa Senhora do Carmo foi depois da de Nossa Senhora das Dores.
O relato do Pe. De Marchi sobre a aparição de Setembro, é substancialmente idêntico ao que Lúcia escreveu. Ele narra a mensagem de Nossa Senhora como segue: «Continuem a rezar o terço a Nossa Senhora do Rosário, todos os dias, para alcançarem o fim da guerra». E repetindo o que já lhes tinha dito no mês passado, insiste que não faltem no dia 13 de Outubro em que viria S. José com o Menino Jesus para dar paz ao mundo. Virá também Nosso Senhor para abençoar o povo, e depois viria a sua imagem correspondente às duas invocações de Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora do Carmo.
A 13 de Outubro, Nossa Senhora cumpriu a sua promessa aos três pastorinhos, logo após a aparição de Nossa Senhora do Rosário apareceram três visões ao pé do sol em sucessão rápida; a terceira foi de Nossa Senhora do Carmo. O Dr. Formigão que estava presente como observador, resolveu não perder tempo e interrogar quanto antes os videntes, por isso nessa mesma tarde foi à casa de Francisco e Jacinta, onde procedeu ao inquérito. São estas as perguntas que fez a Lúcia:
- Nossa Senhora tornou a aparecer na Cova da Iria?
- Tornou.
- Estava vestida como das outras vezes?
- Estava vestida do mesmo modo.
- Apareceram também S. José e o Menino Jesus?
- Apareceram.
- Apareceu mais alguém?
- Apareceu também Nosso Senhor abençoando o povo e a Senhora dos dois naipes.
- Que queres dizer com isso, Senhora dos dois naipes?
- Apareceu a Senhora vestida como a Senhora das Dores, mas sem a espada no peito, e a Senhora vestida não sei como, mas pareceu-me que fosse a Senhora do Carmo.
- Vieram todos ao mesmo tempo, não é verdade?
- Não. Primeiro vi a Senhora do Rosário, S. José e o Menino. Depois vi só Nosso Senhor. Depois Nossa Senhora das Dores e por fim a Senhora que me pareceu a Senhora do Carmo.
- Porque disseste que a Senhora, duma das vezes, te pareceu estar vestida como a Senhora do Carmo?
- Porque tinha umas coisas penduradas na mão.
Com referência a Nossa Senhora dos dois naipes, não devemos esquecer que Lúcia, criança de dez anos, como tantas outras crianças piedosas dessa idade, gostava muito dos santinhos que tinha visto de Nossa Senhora do Carmo.
Das respostas de Lúcia poderíamos concluir que ela sentia alguma dificuldade em identificar Nossa Senhora do Carmo na visão final. Entretanto, desde aquela ocasião, ela identificou a Senhora do Carmo sem a menor hesitação. O Pe. Luís de Oliveira, O. Carm., Comissário da V. O. T. do Carmo de Lisboa, escreveu ao Dr. Formigão pedindo-lhe a confirmação das palavras de Lúcia. Respondeu-lhe o Dr. Formigão, que na sua mente não havia a mínima dúvida sobre as afirmações de Lúcia, pois ele lhe tinha perguntado como sabia ela que era Nossa Senhora do Carmo, ao que respondera: «Porque se parecia com a imagem que se venera na freguesia de Fátima».
Em Agosto do mesmo ano de 1946, o Pe. Luís de Oliveira, O. Carm., escreveu à própria Lúcia pedindo uma confirmação da resposta do Dr. Formigão. Lúcia respondeu-lhe com a carta, cujo autógrafo aqui publicamos.
Carta autógrafa da Irmã Maria Lúcia
Durante a investigação oficial feita pelo Tribunal Diocesano, no Asilo das Irmãs de Santa Doroteia em Vilar, a 8 de Julho de 1924, Lúcia acrescentou este interessante detalhe a saber, que a outra figura que se assemelhava a Nossa Senhora do Carmo tinha algo que lhe pendia da mão direita.
A confirmação desse testemunho pode ser encontrado em «As Maravilhas de Fátima» do Prof. L. G. da Fonseca, do Instituto Bíblico de Roma. O trabalho do Prof. Fonseca é completo. Português de origem, versado em estudos científicos, ele é autoridade no assunto. No prefácio adverte-nos que submeteu os seus manuscritos à Lúcia, e que ela julgou necessário fazer algumas correcções. O seu relatório da aparição é literalmente tirado do questionário do Dr. Formigão.
Sendo como são básicos os trabalhos do Dr. Formigão, do Pe. De Marchi e do Prof. Fonseca, seria desnecessário citar outros autores que deles tomaram o seu material; não obstante, citaremos o testemunho oral de Lúcia nas entrevistas concedidas a dois sacerdotes Carmelitas em 1949 e 1950.
Em 1949, o Rev.mo Pe. Donald O’Callaghan, O. Carm., que teve o privilégio de falar com Lúcia, relatou-nos a sua entrevista a nosso pedido:
«Em 13 de Setembro de 1949, com o Pe. Alberto Ward, O. Carm., actualmente Prior do Convento de São Simão Stock em Bronx, Nova York, e mais o Pe. Luís Gonzaga de Oliveira, O. Carm., Comissário da V. O. T. do Carmo de Lisboa, viajámos de Fátima para Coimbra com o fim de visitarmos a Irmã Lúcia.
Eu estava particularmente interessado em saber qual o lugar do Escapulário do Carmo nas aparições de Fátima, pois havia muita discussão a respeito do assunto.
Perguntei a Lúcia, se, quando Nossa Senhora apareceu, lhe falou alguma coisa sobre o Escapulário. Respondeu-me que Nossa Senhora não havia dito nada. Perguntei então, qual era a sua interpretação sobre a vinda de Nossa Senhora do Carmo. Respondeu-me que Nossa Senhora dissera-lhe que viria como Nossa Senhora do Carmo, e a sua interpretação era que a devoção do Escapulário agradava a Nossa Senhora, e que Ela desejava que fosse propagada. Disse-lhe eu então, se ela pensava que a devoção do Escapulário fazia parte da Mensagem de Fátima. Certamente, respondeu-me, o Escapulário e o Rosário são inseparáveis. O Escapulário é o sinal da consagração a Nossa Senhora. Pedi-lhe então, que escrevesse essas palavras. Respondeu-me que só o faria com a permissão do Santo Padre. Assegurei-lhe que procuraria obter a permissão».
Na festa da Assunção de Nossa Senhora em 1950, numa entrevista com Lúcia, o Pe. Howard Raffterty, O. Carm. relatou-nos o que segue:
«Na festa da Assunção de Nossa Senhora, tive o grande privilégio de falar com Lúcia, a única sobrevivente de Fátima. Lúcia é hoje freira carmelita, a Irmã Maria Lúcia do Imaculado Coração.Tive a felicidade de falar com ela cerca de hora e meia, durante a qual me respondeu a muitas perguntas importantes. Quando lhe perguntei se Nossa Senhora sob a invocação do Carmo tinha aparecido em Fátima, respondeu: «Sim, com certeza». Perguntei-lhe a seguir acerca do Escapulário e da Mensagem de Fátima. «Em muitos dos livros sobre Fátima, os autores não dão o Escapulário como parte integrante da Mensagem». «Ah, fazem mal; Nossa Senhora quer que todos usem o Escapulário». Julgando que isso não fosse talvez suficientemente claro, insisti: «Mas Nossa Senhora nada disse quando apareceu como Senhora do Carmo. Podemos ter a certeza que Ela queria o Escapulário como fazendo parte da Mensagem, só pelo facto de trazer o hábito vestido e segurar o Escapulário?» Lúcia respondeu: «Sim», e acrescentou: «Agora já o Santo Padre o confirmou a todo o mundo, dizendo que o Escapulário é sinal de consagração ao Imaculado Coração. Ninguém pode discordar». Para aclarar ainda mais esse ponto, tornei: «Ao anunciar as cláusulas da Mensagem de Fátima, pode-se afirmar que o Escapulário é uma delas?». «Sim, sem dúvida». Perguntei então: «Trazer o Escapulário é tão importante como a recitação diária do terço?». «Sim, sem dúvida, o terço e o Escapulário são inseparáveis !».
A 13 de Outubro de 1930, o culto de Fátima foi oficialmente reconhecido pelo Bispo diocesano. E a 13 de Maio de 1931, na presença do Episcopado português reunido na Cova da Iria, e de 300.000 peregrinos vindos de todos os recantos da nação, o novo Patriarca de Lisboa, o Sr. Cardeal, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, leu um acto de consagração no qual publicamente reconhecia o lugar de Nossa Senhora do Carmo na Mensagem de Fátima. Maria Santíssima foi invocada sob o título de Nossa Senhora do Carmo nessa solenidade, confirmando-se assim que não havia dúvida na mente do Sr. Cardeal Cerejeira sobre a aparição de Nossa Senhora do Carmo. Damos aqui textualmente o acto de consagração:
«Nossa Senhora de Fátima, que vos dignastes descer à nossa terra, como a bendita estrela da manhã que anuncia depois da cerração da noite a aurora da luz e da esperança, elevando aqui o vosso trono de misericórdia, para repetir a Portugal inteiro o que dissestes em Caná: ‘Fazei tudo o que o meu Filho vos disser’ a fim de achardes perdão, e paz e felicidade.
Vós que aqui vos manifestastes sob tríplice invocação de Senhora do Rosário, das Dores e do Carmo como se nos quisésseis mostrar que é na imitação dos mistérios da vida de Jesus, que o vosso rosário recorda, que nos tornaremos semelhantes a Ele; e na compaixão das vossas dores que aprenderemos o horror ao pecado e o amor à mortificação; e na oração e na penitência da mística montanha do Carmo que nos purificaremos e alcançaremos a misericórdia.
Senhora do Rosário, cujo coração é a fiel imagem do coração de vosso Filho, pois vivestes tão íntima e perfeitamente a vida de Jesus, que o Salvador brilha no vosso peito como uma Eucaristia sem véus, sendo certo que é por vós que se chega a Jesus.
Senhora das Dores, cujo coração foi trespassado por um gládio de dor, sofrendo nele todos os sofrimentos de vosso Filho, a fim de com o preço do Seu sangue e das vossas lágrimas obterdes misericórdia para nós e nos livrardes do fogo do inferno.
Senhora do Carmo, cujo coração maternal não esquece nenhum dos seus filhos, e anseia por os reunir a todos no Paraíso, mesmo os que nós já esquecemos, aliviando as almas do purgatório, especialmente as mais abandonadas.
Os pastores escolhidos por Vosso Filho para guardarem e apascentarem em seu nome as ovelhas que Ele adquiriu com o Seu sangue, nesta terra de Santa Maria cujo nome não se pode pronunciar sem pronunciar o Vosso, vêm hoje solenemente consagrar-vos, como representantes ungidos e oficiais dos seus rebanhos, a Nação Portuguesa ao Vosso Coração imaculado, num acto de filial vassalagem de fé, amor e confiança a fim de que Vós, tomando-a de nossas mãos frágeis nas Vossas, a defendais e guardeis como coisa própria vossa, fazendo que neles reine, vença e impere Jesus, fora do qual não há salvação.
Nós, os Pontífices do nosso povo, sentimos rugir em torno a procela temerosa, que ameaça dispersar e perder o rebanho fiel dos que vos bendizem por serdes Mãe de Jesus, e aflitos erguemos para o Vosso Filho as mãos suplicantes, gritando-Lhe: Salva-nos, Senhor, que perecemos! Erguei as Vossas connosco, ó Virgem Sacerdote, pois que elas são omnipotentes sobre o Coração misericordioso de Deus, a quem Vós oferecestes a Hóstia pura que dá ao Altíssimo toda a honra, e toda glória: a fim de que se não perca para nós o Sangue e Vosso Filho e as vossas Lágrimas.
Intercedei por Portugal, Senhora, nesta hora gravíssima em que sopram do Oriente ventos furiosos que trazem gritos de morte contra Vosso Filho e a cultura fundada sobre os seus ensinamentos, desvairando as inteligências, pervertendo os corações, e inflamando o mundo em chamas de ódio e revolta. - Socorro dos Cristãos, rogai por nós!
Intercedei por Portugal, Senhora, nesta hora conturbada em que as vagas imundas duma imoralidade já sem véus, que perdeu até a noção do pecado, pregando diante da Cruz de Vosso Filho a reabilitação da carne, ameaça afogar no mundo o lírio da virtude que se alimenta do Sangue eucarístico de Jesus. - Virgem poderosa, rogai por nós!
Intercedei por Portugal, Senhora, nesta hora torva de paixões e de incertezas, em que até os bons correm risco de perder-se...
Uni todos os portugueses na obediência de Vosso Filho, e no amor da Igreja, e no culto da virtude, e no respeito da ordem, e na caridade fraterna. - Rainha da paz, rogai por nós!
Lembrai-vos enfim, ó Padroeira da nossa terra, que Portugal ensinou tantos povos a saudar-vos bendita entre todas as mulheres. Em memória do que fez pela Vossa Glória, salvai-o, Senhora de Fátima, dando-lhe Jesus, em quem ele encontrará a Verdade, e a Vida, e a Paz».
Nem há dúvida que assim também pensava o Sr. Ex.mo D. José Alves Correia da Silva, Bispo de Leiria, pois Sua Ex.ª por ocasião do VII Centenário do Escapu1ário escreveu uma carta pastoral aos seus diocesanos, cujo texto é o seguinte:
«Celebra-se este ano o VII Centenário da entrega do Santo Escapulário Carmelita, pela Santíssima Virgem, ao seu fiel servo S. Simão Stock (16 de Julho de 1251). Os antigos guerreiros vestiam-se com uma armadura de ferro para resistirem aos ataques dos seus inimigos, e como nós todos temos de combater os inimigos da nossa alma, porque diz a Sagrada Escritura «a vida do homem é uma guerra», a Santíssima Virgem entregou o emblema do Santo Escapulário para também nos defendermos.
O nosso Frei Nuno de Santa Maria, depois de vencer os inimigos da Pátria alistou-se na Ordem Carmelita, em que entregou a sua alma a Deus. Ao Beato Nuno de Santa Maria pertencia o Condado de Ourém, do qual faz parte a Fátima, e Nossa Senhora recomendou também às videntes que espalhassem a devoção do Escapulário. Compete-nos, pois, como cristãos, como portugueses, e pertencendo à Diocese de Leiria, a obrigação de nos afervorarmos na devoção do Escapulário. O Escapulário tem privilégios especiais. O primeiro é a promessa que a Santíssima Virgem fez àqueles que o trouxessem e observassem as devidas instruções, que os preservaria do fogo eterno. E claro que deveremos trazer o Escapulário não por orgulho ou superstição, mas por esperarmos, com um sincero sentimento de confiança, que a bondade de Maria Santíssima nos fará a graça da conversão e da perseverança final».
Fátima é portanto uma confirmação óbvia das antigas devoções do Rosário e do Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, ambas vindas da Idade-Média quando o amor por Ela impregnava toda a vida do cristão. Nela todos encontravam o mais alcandorado ideal de beleza.
Seguindo o exemplo de Sua Ex.ª o Sr. Cardeal Cerejeira, alguns escritores procuraram nas várias visões mostrar como elas descrevem os mistérios do Rosário e nos inculcam as suas virtudes. Reflectindo sobre o sentido da Mensagem da aparição final, o Prof. Fonseca ensina que devemos notar o seguinte na última revelação de Fátima: a Virgem Maria aparece sucessivamente, primeiro com toda a Sagrada Família, a seguir como Senhora das Dores e finalmente como Nossa Senhora do Carmo. Ela quer-nos mostrar com isso, que é sempre a mesma Mãe de misericórdia embora invocada sob diferentes títulos, e mais ainda, quer-nos exortar, dum modo concreto, à prática das virtudes ensinadas pelos seus mistérios.
De facto, os mistérios gozosos ensinam-nos a viver vida modelada nos exemplos da vida oculta de Cristo. Por isso Nossa Senhora aparece no meio da Sagrada Família. Os mistérios dolorosos movem-nos ao arrependimento e à penitência dos nossos pecados, grande lição ensinada por Nossa Senhora das Dores. Nos mistérios gloriosos, temos finalmente, a esperança daquela felicidade que Jesus e a sua Santíssima Mãe gozam, e nos incitam a amar a Deus e praticar as virtudes que nos capacitam a evitar o inferno e diminuir o nosso purgatório. Realmente não há outro título que nos confirme efectivamente nessa santa esperança, do que o de Nossa Senhora do Carmo com as suas grandes promessas carmelitanas, a saber: a liberdade do fogo do inferno e o privilégio sabatino. De modo que, essa tríplice manifestação outra coisa não é senão uma nítida ilustração, e assaz tangível da invocação da Rainha do Sacratíssimo Rosário.
Oxalá os fiéis de todo o mundo guardem no coração essa Mensagem final de Fátima, e que as antigas devoções do Rosário, das Dores e do Escapulário, voltem a retomar o lugar que tiveram outrora na devoção popular.
Continua