No dia 17 de Março do corrente ano, na Basílica Vaticana, houve uma celebração penitencial presidida pelo Papa Francisco. Do livro preparado para a celebração extraímos este exame de consciência que agora partilhamos, não como molde, mas como mais uma proposta pastoral, entre muitas, de ajuda para a celebração do Sacramento da Penitência.
- Aproximo-me do Sacramento da Penitência com um sincero desejo de me purificar, converter, renovar a minha vida e de crescer cada vez mais na íntima amizade com Deus, ou, pelo contrário, considero-o como um peso, que só raramente estou disposto a assumi-lo?
- Esqueci ou, propositadamente, ocultei pecados graves na confissão anterior ou nas confissões passadas?
- Cumpri a penitência que me foi imposta? Reparei os danos por mim cometidos? Procurei levar à prática os propósitos feitos para emendar a minha vida segundo o Evangelho?
À luz da Palavra de Deus, cada um examine-se a si mesmo.
O Senhor diz: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração”
- O meu coração está verdadeiramente orientado para Deus, posso dizer que o amo verdadeiramente sobre todas as coisas e com amor de filho, na observância fiel dos seus mandamentos? Deixo-me absorver em demasia pelas coisas temporais? A minha intenção no agir é sempre recta?
- É sólida a minha fé em Deus, que no seu Filho nos dirigiu a sua palavra? Aderi plenamente à doutrina da Igreja? Preocupo-me com a minha formação cristã, escutando a Palavra de Deus, participando na catequese, evitando tudo o que pode prejudicar a fé? Professei sempre com coragem e sem medo a minha fé em Deus e na Igreja? Procurei mostrar-me cristão na vida privada e na vida pública?
- Rezei pela manhã e à noite? A minha oração é um verdadeiro diálogo de coração a coração com Deus, ou é somente uma prática vazia exterior? Soube oferecer a Deus as minhas ocupações, alegrias e dores? Recorro também a ele nas tentações?
- Tenho reverência e amor para com o santo nome de Deus, ou ofendo-o com blasfémias, falsos julgamentos e invocando-o em vão? Fui irreverente para com Nossa Senhora e para com os Santos?
- Santifico o Dia do Senhor e as festas da Igreja, tomando parte e participando de forma activa, atenta e piedosa nas celebrações litúrgicas, e especialmente na Santa Missa? Evitei fazer trabalhos não necessários nos dias festivos? Cumpri o preceito da confissão ao menos anual e da comunhão pascal?
- Há para mim “outros deuses”, isto é, expressões ou coisas pelas quais me interesso e nas quais ponho mais confiança do que em Deus, como por exemplo: riqueza, superstições, espiritismo e outras formas de magia?
O Senhor diz: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”
- Amo verdadeiramente o meu próximo, ou, pelo contrário, abuso dos meus irmãos, servindo-me deles para os meus interesses e tratando-os de uma forma que não gostaria que usassem para comigo? Dei escândalo com as minhas palavras e acções?
- Na minha família contribuí com paciência e com verdadeiro amor para o bem e a serenidade dos outros?
- Para os filhos. Fui obediente, respeitei e honrei os meus pais? Ajudei-os nas suas necessidades materiais e espirituais? Sendo estudante, empenhei-me na vida escolar? Respeitei as autoridades? Dei bom exemplo em todas as situações?
- Para os pais. Preocupei-me com a educação cristã dos meus filhos? Dei-lhes bom exemplo? Apoiei-os e orientei-os com a minha autoridade?
- Para os casais. Fui sempre fiel nos afectos e nas acções? Tive compreensão nos momentos de inquietação?
- Sei dar do que é meu, sem egoísmo mesquinho, a quem é mais pobre do que eu? No que depende de mim, defendo os oprimidos e ajudo os que necessitam? Ou, pelo contrário, trato com altivez e com dureza o meu próximo, especialmente os pobres, os débeis, os velhinhos, os marginalizados e os imigrantes?
- Dou-me conta da missão que me foi confiada? Participei nas obras de apostolado e de caridade da Igreja, nas iniciativas e na vida da paróquia? Rezei e dei o meu contributo para as necessidades da Igreja e do mundo, como por exemplo: para a unidade da Igreja, para a evangelização dos povos, para a instauração da justiça e da paz?
- Preocupo-me com o bem e a prosperidade da comunidade humana em que vivo ou cuido unicamente dos meus interesses pessoais? Participo, enquanto posso, em iniciativas promotoras da justiça, da moralidade pública, da concórdia, das obras de beneficência? Cumpro com os meus deveres civis? Paguei com regularidade os meus impostos?
- Sou justo, empenhado, honesto no trabalho, disponível para dar o meu contributo para o bem comum? Dei a justa recompensa aos trabalhadores e a todos os que estão dependentes de mim? Cumpri os contratos e com o que prometi?
- Tive para com as legítimas autoridades a devida obediência e o devido respeito?
- Se tenho alguma responsabilidade ou desempenho alguma tarefa de chefia tenho só em conta os meus interesses ou empenho-me pelo bem dos outros, em espírito de serviço?
- Pratico a verdade e a lealdade, ou causei mal ao próximo com mentiras, calúnias, denegrir a imagem, juízos temerários, violação de segredos?
- Atentei contra a vida e a integridade física do próximo, ofendi-o na sua honra, neguei os seus bens? Procurei ou aconselhei o aborto? Calei-me perante situações em que poderia promover a prática do bem? Na vida matrimonial respeito o ensinamento da Igreja relativo à abertura à vida e ao respeito por ela? Agi contra a minha integridade física ( por exemplo: com a esterilização)? Fui sempre fiel mesmo mentalmente? Guardei ódio contra alguém? Alimentei conflitos? Pronunciei insultos e palavras ofensivas, fomentado divisões e rancores? Deixei de dar testemunho acerca da inocência do próximo, de forma culpável e egoísta? Na condução do automóvel ou de outros meios de transporte coloquei em perigo a minha vida e a vida dos outros?
- Roubei? Desejei injustamente o roubo aos outros? Danifiquei os bens do próximo? Restituí o que tirei aos outros e reparei os danos causados?
- Se recebi males, demonstrei abertura e disposição para me reconciliar e perdoar por amor a Cristo ou guardo no coração ódio e desejo de vingança?
Cristo Senhor diz: “Sede perfeitos como o Pai”
- Qual é a orientação fundamental da minha vida? Animo-me com a esperança da vida eterna? Procurei reavivar a minha vida espiritual através da oração, a leitura e a meditação da Palavra de Deus, a participação nos sacramentos? Pratiquei a mortificação? Tenho estado pronto e decidido a lutar contra os vícios para cortar com eles, a dominar as paixões e as inclinações perversas? Reagi aos motivos da inveja, dominei a gula? Fui presunçoso e soberbo, depreciei os outros e preferi-me antes a mim do que a eles? Impus a minha vontade aos outros, atropelei a sua liberdade e desprezei os seus direitos?
- Que uso fiz do tempo, das forças, dos dons recebidos de Deus como os “talentos do Evangelho”? Sirvo-me de todos estes meios para crescer diariamente na perfeição da vida espiritual e no serviço do próximo? Fui abúlico e ocioso? Como utilizo a “internet” e outros meios de comunicação?
- Suportei com paciência, em espírito de fé, as dores e as provas da vida? Como procurei praticar a mortificação, para cumprir com o que falta à paixão de Cristo? Observei a lei do jejum e da abstinência?
- Conservei puro e casto o meu corpo, no meu estado de vida, tendo presente que é templo do Espírito Santo, destinado à ressurreição e à glória? Guardei os meus sentidos e evitei sujar-me no espírito e no corpo com pensamentos e maus desejos, com palavras e acções indignas? Fiz leituras, discursos, assisti a espectáculos e a diversões, que estavam em contraste com a honestidade humana e cristã? Escandalizei os outros através dos meus comportamentos?
- Agi contra a consciência por medo e hipocrisia?
- Procurei comportar-me em tudo e sempre na verdadeira liberdade dos filhos de Deus e segundo as leis do Espírito ou deixei-me submeter pelas minhas paixões?
- Deixei de fazer o bem quando era possível realizá-lo?