TODO-PODEROSO
O Credo confessa Deus como “Pai todo-poderoso”. A fé católica põe a omnipotência de Deus em relação com o título de Pai. Não é dominação arbitrária, mas soberania plena de sabedoria e de bondade à qual “nada é impossível” (Lc 1, 37; cf. Gn 18, 14). É a omnipotência amorosa de um pai: do “Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo” (2Cor 1, 3) que nos comunica o seu Espírito. A omnipotência deste Pai não vem esmagar, mas, pelo contrário, suscitar a vida, fazer voltar ao bem o que se lhe opõe, levantar o que está caído e mesmo vencer a morte. Manifestada na Criação, ela afirma-se, de maneira soberana, na cruz e na ressurreição de Jesus.
A fé na paternidade omnipotente de Deus exprime-se na piedade cristã como fé na Providência. A fé cristã sabe que a bondade do Pai celeste envolve a existência dos seus filhos: Deus “faz com que tudo concorra para o seu bem” (Rm 8, 28). Não raramente se pergunta: “Então, onde está Deus?”. Ele diz-nos através do profeta Isaías: “Os meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos são os meus” (Is 55, 8). A fé na Providência leva a uma atitude de profunda confiança e abandono e à oração, mas não justifica a nossa preguiça; pelo contrário, é fonte de generosidade, de coragem e de confiança.