A feliz notícia: chegou o Reino de Deus - II

A FELIZ NOTÍCIA: CHEGOU O REINO DE DEUS - II

Os profetas, principalmente Isaías, anunciaram uma grande intervenção de Deus em favor de Israel, um novo “êxodo”. Deus cuidará pessoalmente do seu povo, como um pastor faz com o seu rebanho. Libertá-lo-á, curá-lo-á, guiá-lo-á para Jerusalém. Um mensageiro correrá à frente a levar a boa notícia, “mensageiro que anuncia a paz, que traz a boa nova, que apregoa a vitória! Que diz a Sião: o teu Deus é Rei” (Is 52, 7); mensageiro enviado “a levar a boa-nova aos que sofrem..., a dar aos amargurados de Sião, uma coroa em vez de cinzas” (Is 61, 1.3). Ezequiel também levantou a sua voz para confortar e encorajar: o Senhor irá ainda manifestar a santidade e o poder do seu nome, guiará Israel pessoalmente através de um novo David, dará ao povo o seu Espírito, para que possa observar os mandamentos, ressuscitá-lo-á para uma nova vida (cf. Ez 34, 11-27; 36, 22-28; 37, 1-14).

O reino de Deus anunciado pelos profetas apresenta-se como a instauração de “um mundo novo”, perfeitamente reconciliado, que seria penetrado do amor e da presença de Deus, e em que os homens viveriam como irmãos – um mundo novo que se encontra agora apenas em germe. Mas este dom é já uma realidade efectiva e de alcance definitivo, mesmo se a sua plena manifestação é ainda objecto da nossa esperança. O reino de Deus está próximo, porque está já misteriosamente presente pelo facto de Jesus estar presente, proclamando e apressando a sua vinda. O presente, humilde e escondido, contém uma maravilhosa virtualidade que se desenvolverá no futuro. É como a semente, que silenciosamente germina na terra e no tempo próprio produz a espiga. É preciso acreditar, acima de tudo, no amor do Pai, que se manifesta através de Jesus, e converter-se do pecado, que é a raiz de todos os males. O apelo a acolher o reino de Deus dirige-se a todos, mas manifesta-se de maneira exemplar às pessoas que Jesus convida a fazer parte do grupo daqueles que o seguem: “Chamou-os, e eles, deixando no mesmo instante o barco e o pai, seguiram-no” (Mt 4, 22).

 

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