Vivemos um tempo novo, as nossas rotinas foram alteradas, quase que já temos outras... Parece que mudámos de continente, de cultura ou de século... Um vírus veio mudar quase tudo no nosso mundo.
Uns têm pânico de serem contagiados, outros medo de contagiar. Uns têm vontade de fugir, enquanto outros se sentem chamados a lutar na linha da frente, cuidando dos que já são vítimas destas circunstâncias...
Nestes tempos muito duros, existem duas tendências comuns: a de se comprometer a grandes mudanças e a de desistir.
Ora, as crises não são os melhores momentos para prometer, nem tão-pouco para resignar ao que quer que seja, de forma definitiva. São tempo de nos protegermos enquanto não conseguimos superar o que nos oprime. É preciso paciência para suportar a adversidade sem perder a nossa identidade. Ainda que custe. Muito.
Face a uma crise, há quem negue tudo! Mesmo as maiores evidências, ainda que estejam diante dos olhos.
Outros lutam contra tudo com todas as suas forças, numa espécie de fuga para a frente em direção ao que dispara sobre eles. São meio-heróis e meio-patetas...
Depois ainda há os que esperam. Os que suportam e estudam até ser tempo de trabalhar e superar. Tentam ter algum bom senso, não levar a vida demasiado a sério e tirar partido do bom que sempre existe!
Se fosse o fim do mundo, talvez fosse mais claro, porque não haveria amanhã para ninguém!
Como ainda não é o apocalipse... é preciso ter paciência para aguentar as adversidades que são sempre mais dolorosas quando se estendem no tempo e persistem, apesar do que façamos... Quem se sente inútil, pode sempre, pelo menos, pegar no telefone e fazer-se presente na vida de quem sofre de solidão, abandono ou esquecimento! Com o silêncio atento de quem ama!
Sê quem és, sem promessas nem desistências.
José Luís Nunes Martins