«Irmãos, Deus, que é rico em misericórdia, pelo amor imenso com que nos amou, precisamente a nós que estávamos mortos pelas nossas faltas, deu-nos a vida com Cristo - é pela graça que vós estais salvos - com Ele nos ressuscitou e nos sentou no alto do Céu, em Cristo. Pela bondade que tem para connosco, em Cristo Jesus, quis assim mostrar, nos tempos futuros, a extraordinária riqueza da sua graça. É pela graça que estais salvos por meio da fé. E isto não vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque nós fomos feitos por Ele, criados em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas obras que Deus de antemão preparou para nelas caminharmos». (Ef 2, 4-10).
Neste quarto Domingo da Quaresma já se ouve o tom da alegria pascal. Paulo convida-nos a contemplar o «grande amor» com que Deus nos ama (Ef 2,4). Um amor que se manifesta por uma misericórdia superabundante. Deus “deu-nos a vida com Cristo”. (Ef 2,5).
“Que Cristo seja para vós uma pessoa viva, um amigo pessoal. Saboreai o gosto de O encontrar, o mais frequentemente possível, na oração silenciosa, em que nos pomos afectuosamente na Sua presença, e na Sua comunhão” (Pe. Tiago de Jesus, “En Famille”, de 1 de Maio de 1942).
Podemos tomar para nós mesmos estes conselhos: ter uma vida espiritual profunda; viver uma amizade com Cristo na oração silenciosa e na Eucaristia.
“Permanecei amigos do bom Deus. Mais ainda. Sede apóstolos. Confessai-vos regularmente, fazei confissões verdadeiras, sinceras e completas das quais saireis felizes para fazer tudo novo e diferente. […] Comungai frequentemente, comungai de forma viva em que sabereis que o bom Deus está mesmo na pequena hóstia e em que Lhe direis o quanto O amais”. (Pe. Tiago de Jesus, “En Famille”, de 15 de Outubro de maio de 1939).
Um belo convite a todos nós, neste tempo de Quaresma, para nos tornarmos e permanecermos amigos do bom Deus, através dos sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia.
4ª Semana: “Viver com Cristo”
Segunda-feira, 11 de Março: Cristo é Tudo
«Cristo é tudo! Tudo se fez por Ele, tudo acontece por meio d’Ele». (Retiro no Carmelo de Pontoise).
«Todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele. Ele é anterior a todas as coisas e todas elas subsistem Nele». (Col 1,16-17).
Confesso a minha fé no Senhor Jesus: «Meu Senhor e meu Deus». (Jo 20,28).
Terça-feira, 12 de Março: O olhar de Jesus
«Não podemos ver Cristo e permanecer como somos; não podemos trocar um olhar com Cristo e não ser profundamente abalados e conduzidos à conversão total». (Retiro no Carmelo de Pontoise).
«Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele». (Mc 10,21).
Páro um pouco para me deixar olhar pelo Senhor, sem medo.
Quarta-feira, 13 de Março: Em Jesus, compadecer-se
«À medida que nos unimos a Cristo, que Deus vive em nós, Cristo Deus fala-nos dos outros: como quereis ser Seus amigos e que Ele vos fale de outra coisa que não seja do imenso sofrimento dos outros, das multidões» (Retiro no Carmelo de Pontoise).
«Contemplando a multidão, encheu-se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor». (Mt 9, 36).
Em que medida é que a fé em Cristo muda o meu olhar sobre aqueles que sofrem?
Quinta-feira, 14 de Março: Em plena natureza
«É no meio da natureza, nos lugares mais escondidos e mais tranquilos, que nos abrimos melhor e encontramos mais facilmente o que constitui o nosso ser». (Le Père Jacques, Martyr de la charité p. 49).
«Ó SENHOR, nosso Deus, como é admirável o teu nome em toda a terra!» (Sl 8,2).
Procuro recolher-me no meio da Criação e dar graças ao Criador.
Sexta-feira, 15 de Março: Esperar com fortaleza
«As faltas contra a esperança e, em particular, contra a entrega à providência de Deus, ouvimo-las muito raramente [no confessionário]. No entanto são talvez as que mais magoam o Seu coração». (Retiro no Carmelo de Pontoise).
«Esperando contra toda a esperança, Abraão acreditou». (cf. Rm 4,18).
Que acto de esperança posso eu fazer, hoje, sobre a minha vida?
Sábado, 16 de Março: Viver com o bom Deus
«É tão bom viver com o bom Deus, só com Ele, falando com Ele como amigo, afectuosamente, como fiz consigo ao serão, no forte de Montlignon. É bom sentir que O amamos e, mais ainda, que somos amados por Ele». (Carta de 1923 a Antoine Thouvenin).
«Sucedeu que Jesus estava algures a orar». (Lc 11,1).
Como vai o meu compromisso quotidiano de oração?