Cristo Jesus, «que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus; no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo. Tornando-se semelhante aos homens e sendo, ao manifestar-se, identificado como homem, rebaixou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Por isso mesmo é que Deus o elevou acima de tudo e lhe concedeu o nome que está acima de todo o nome, para que, ao nome de Jesus, se dobrem todos os joelhos, os dos seres que estão no céu, na terra e debaixo da terra; e toda a língua proclame: «Jesus Cristo é o Senhor!», para glória de Deus Pai. (Fl 2, 6-11)
Semana Santa: «Tomar a condição de Servo»
Segunda-feira Santa, 25 de Março: A vida entregue
«A vida verdadeira, a vida que vale a pena ser vivida e que deixa uma alegria profunda, é a vida em que nos dedicamos, em que mantemos uma alma limpa, vigorosa, em constante amizade com Deus.» (Carta de 1939)
«Tende entre vós os mesmos sentimentos que estão em Cristo Jesus»... (Fl 2,5)
Contemplo Jesus que escolhe doar-se até ao fim.
Terça-feira Santa, 26 de Março: O peso da cruz
«A si posso dizer-lhe que, se tudo está a correr bem, para a alegria no Petit Collège, o director (que sou eu) também experimenta uma carga bastante pesada de preocupações de todo género e às vezes tem tentações de desânimo - mas nada, pelo menos, acredito que nada, transparece por fora. Assim entendo ser o meu papel: há de ser necessariamente doloroso para vivificar todo o Corpo.» (Carta ao Carmelo de Havre em 1935)
«O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida»... (Mc 10, 45)
Qual é a cruz que eu devo carregar com Cristo?
Quarta-feira Santa, 27 de Março: Escolher permanecer
«Eu não quero ir-me embora, há muitos infelizes, demasiado sofrimento, é o que eu sinto, é necessário que eu fique. (Na prisão de Fontainebleau em 1944, Le Père Jacques, Martyr de la Charité, p. 366)
«O mundo deve saber que eu amo o Pai.» (Jo 14,31)
Ficar ou partir: se for confrontado com esta pergunta, que discernimento faço?
Quinta-feira Santa, 28 de Março: Amar até ao fim
«No momento actual, devemos ficar felizes por fazer a vontade de Deus até ao fim, por dar a vida se Ele no-la pedir, que talvez seja essa a nossa vocação.» (Campo de Gusen)
«Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que quem dá a vida por aqueles que ama.» (Jo 15,12-13)
Hoje faço um acto de amor, em comunhão com a Paixão de Cristo.
Sexta-feira Santa, 29 de Março: Acolher a salvação
«Per crucem ad lucem! Sine sanguine non fit redemptio! Qui fecit veritatem venit ad lucem» [Pela Cruz à luz. Sem efusão de sangue não há redenção (Hb 9,22). Quem pratica a verdade aproxima-se da luz (Jo 3,21). (Testamento espiritual do Padre Tiago).
«Nele, pelo Seu sangue, temos a redenção, o perdão dos pecados.» (Ef 1,7)
Hoje medito sobre a morte de amor de Jesus para a minha salvação. Acolhi-a plenamente?
Sábado Santo, 30 de Março: Esperar com Maria
«E Maria? Toda a sua vida desliza no silêncio. A sua alma está saturada de silêncio. A plenitude da graça nela atrai a sua alma para surpreendentes profundidades de silêncio.» (Retiro no Carmelo de Gravigny)
«Ouço a voz do meu amado. Ei-lo que chega.» (Ct 2,8)
No silêncio do Sábado santo, com Maria, vigio o luzir da aurora.